sexta-feira, dezembro 23, 2005

Este interessa-me a mim, não digam que não faço nada neste blog....

Portucel hesita entre Stora ou uma nova máquina de papel 2005-12-23 12:40

Semanario.pt
O BESI quer que Queirós Pereira compre a Stora para ganhar uma comissão. Mas a Portucel tem interesse em comprar uma nova rotativa para fabricar papel de maior valor acrescentado, em vez de se envolver ainda mais na produção de pasta de papel. Queirós Pereira hesita, porque ainda tem que comprar as acções da OPA que não fez na Portucel e porque tem a família em guerra.
O BESI quer que Queirós Pereira compre a Stora para ganhar uma comissão. Mas a Portucel tem interesse em comprar uma nova rotativa para fabricar papel de maior valor acrescentado, em vez de se envolver ainda mais na produção de pasta de papel. Queirós Pereira hesita, porque ainda tem que comprar as acções da OPA que não fez na Portucel e porque tem a família em guerra.Depois da refinaria de Patrick Monteiro de Barros, a compra de uma nova máquina de produção de pasta de papel para a Portucel pode ser um dos programas mais emblemáticos do Governo e da API. Mas, neste momento assediado com a guerra com os irmãos e sobrinhos, Pedro Queirós Pereira hesita em avançar com o novo investimento definido por Manuel Pinho como um dos projectos prioritários para o País. Para além da instabilidade accionista no grupo Semapa, da família Queirós Pereira, o empresário está a ser pressionado por José Maria Ricciardi, do BESI, a comprar a Stora, a antiga fábrica da Celbi, que produz actualmente cerca de 250 mil toneladas de pasta, totalmente para o mercado externo, concorrendo assim com o Brasil ou a Indonésia. A Portucel produz actualmente mais de 1,2 milhões de toneladas repartidas pelas fábricas da antiga Soporcel e da Portucel de Setúbal e Aveiro. Esta produção é direccionada, em cerca de 80%, para ser convertida em papel, sendo actualmente a Portucel líder europeu no mercado de papel de fotocópias. Ou seja, a Portucel, neste momento, para um papel de baixa qualidade e corrente, ainda tem capacidade excedentária de produção de pasta, o que a obriga a exportar cerca de 20% da produção. Neste sentido, não faz qualquer sentido económico a compra da Stora por parte da Portucel, servindo apenas para o BESI ganhar uma comissão, mas prejudicando claramente a Portucel e os seus accionistas.

Uma rotativa de papel em vez de uma nova máquina de pasta

Faz muito mais sentido converter o excedente de pasta em papel de maior valor acrescentado em Portugal, evitando assim que a Portucel esteja sujeita às flutuações do mercado internacional de pasta, podendo a pasta adicionalmente necessária ser comprada no mercado internacional ou mesmo à própria Stora. Neste sentido, seguindo os especialistas do sector papeleiro, faz muito mais sentido a compra de uma nova rotativa, sobretudo para fabrico de papéis de maior valor acrescentado por parte da Portucel, que a compra de uma nova máquina de pasta de papel ou mesmo a compra da fábrica da Stora.A oportunidade da compra de uma nova máquina de pasta para a Portucel coloca-se, contudo, num plano diverso, dada a existência de fundos comunitários para apoiar o investimento. Dado que o Governo está disponível para financiar, a 20%, a compra da nova máquina, a Portucel teria interesse no investimento, se conseguisse jogar com o preço, levando o Estado a financiar pelo menos 50% do papel. Bastaria para tanto que a máquina, em vez de custar 500 milhões como previa Álvaro Barreto, custasse 800 ou 900 milhões de euros.